sábado, 7 de agosto de 2010

O primeiro enigma

Nas terras de Vila Meã, cai a noite e por entre sonhos, Rita e sua prima dormem profundamente, naquele que era mais um momento de descanso, após um atribulado dia de brincadeiras. Porém, algo as desperta do mundo dos sonhos. Alguma sensação, algum barulho? É certo que algo foi, mas o quê? Não o sabem.

Mas, seja o que for, fá-las sair de suas camas e quase que coincidentemente, convergem às portas das respectivas casas. A inquietude era notória, ela reinava nos seus lindos olhos, questionando-se mutuamente se haviam sentido o mesmo.

“Sim”, foi a resposta de ambas; começa-se a ouvir algo, novamente. Era um zunido estranho, vindo de uns armazéns, que inevitavelmente começa a aguçar a sua curiosidade.

Lentamente vão-se dirigindo para um dos portões dos referidos armazéns, começam a observar e nada vêem; “será que é um ladrão?” questiona-se uma a outra. Havia que tomar uma decisão, rapidamente: ou entrar e descobrir o que realmente se passa ou, ficar na dúvida e dar meia volta, em direcção ao conforto de suas camas.

Voltar para trás? Isso era algo que não estavam predispostas a fazer; isso seria como se resignar ao medo. A decisão está tomada, decidem entrar. “Ui que sombra arredondada é aquela?” diz espantada a prima de Rita. “Não sei, só se o ladrão tiver cabeça de melão!” retorque pensativamente a Rita.

Algo estranho é verdade, mas ao observarem melhor, concluem que, aquilo não era ladrão coisa nenhuma, mas sim algo pior, algo bem grande, como que um polvo gigante? Seria isso coisa possível? Ao que parece, sim. No memento em que ambas saem disparadas do armazém em direcção ao carro da tia da Rita. “Temos de fugir daqui, ele vai-nos devorar, entra no carro da minha mãe!” era uma decisão quase que épica para duas jovens com os seus 10/11 anos.

“Oh meu Deus não chego aos pedais, não tenho carta e agora?” questiona-se a Rita. “Deixa lá, eu vou para baixo e sou os teus pés e, quanto à carta, o polvo não nos denuncia”.

Na hora certa, o polvo falha o alvo, por pouco não as apanha; vendo que quase iam ser a ceia do bicharoco mutante, a Rita arranca a toda a velocidade para o meio da floresta, numa tentativa de despistar o animal. Por entre curvas e contracurvas, a fuga e apressada, não há meio de o despistar e, a muito custo a Rita tem de cumprir três tarefas: estar atenta ao animal, tentar não embater nas árvores que teimosamente insistem em se meter na sua frente e, dar instruções à prima, que ia em baixo a controlar os pedais do automóvel.

É então que, após umas horas de fuga, a nossas heroínas, deparam-se com uma cabana, travam a fundo na hora e, dirigem-se para lá rapidamente. Ora no intento de ver se se livravam de vez do seu perseguidor, ora na ilusão de ter uma fausta refeição, pois a fome já apertava. Porém, somente conseguem realizar um dos pensamentos que tiveram ao avistar a cabana; a refeição foi deliciosa, nunca haviam comido algo que lhes soubesse tão bem; mas, o polvo continuou ali, como que preparando uma emboscada; emboscada essa que logrou, quando as nossas jovens saíram da cabana, mas, dá-se inicio de novo a perseguição. Como termina? Não se sabe, o leitor fará o final na sua imaginação….

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